Grupo de Edição Electrónica

03 novembro 2005

Comentário ao texto: “O público junta-se à festa”

Para ajudar o “jornalismo on-line” e alimentar a sede de informação dos consumidores a forte proliferação dos blogues (credíveis) foi preponderante (veja-se o exemplo da guerra do Iraque, onde um blogue de um iraquiano foi considerado mais credível que a CNN e BBC). Nos países de forte opressão e de liberdades reduzidas, os blogues podem ser utilizados como um forte instrumento de trabalho para os jornalistas que, em muitas situações vêem a sua liberdade de expressão reduzidas, assim como um “abrir os olhos” aos cidadãos que se vêem privados de informação credível. Aqui, os jornalistas, protegidos com uma falsa (secreta) identidade, podem dizer tudo aquilo que, nos tradicionais meios de comunicação social, não lhes é permitido sob pena de serem punidos.
De qualquer das formas, o jornalismo on-line pode “transformar” qualquer um que saiba escrever num potencial jornalista (questão do consumidor/produtor). Porém, há que ter em conta que um jornalista precisa de mais qualquer coisa do que saber escrever para exercer a sua profissão, precisa de ter formação académica na área. Aceitando qualquer um como jornalista pactuamos com a descredibilização da profissão, nós não nos podemos restringir a um sistema de sorte ou cunhas, mas sim de qualificações e competências.
Apesar de muitos blogues funcionarem em circuitos fechados (só para amigos ou uma comunidade – como por exemplo os blogues das disciplinas muitas vezes só interessam àqueles que fazem parte dessas mesmas disciplinas) muito facilmente são divulgados e visitados, mais que não seja por curiosidade, por outros “blogueiros”, aumentando assim o circuito em que estes se inserem.Muitas vezes, estes novos meios de comunicação podem-nos mostrar coisas novas que ninguém nos quer mostrar, no entanto é necessário termos os pés bem presos no chão. Aqueles que não dão a cara por aquilo que escrevem podem muito bem assentar o seu blogue sobre a falsidade. Assim, é necessário que estejamos atentos e que saibamos escolher quais as fontes credíveis.